Era um dia frio de maio. A brisa gelada tornava as maçãs do rosto daquela garotinha cada vez mais afogueadas. Suas gargalhadas cristalinas ecoavam por entre os arvoredos que circundeavam a praça. Eu a observava com entusiasmo e diversão. Não sabia seu nome, nem de onde viera. Sabia sim, que seus pais a permitiram passear por poucos minutos: "Ande logo, senão perdemos o ônibus". Ela não trazia tristeza no olhar, parecia vir de uma família humilde. Seus cabelos eram lisos até demais e seus olhos redondos de cor âmbar faziam o dia de frio valer à pena.
Eu estivera sentada no banco daquela praça no meio do nada por meia hora. Até ali não havia nada de mais. As folhas secas resbalavam em minha calça e o frio me fazia estremecer. Li quinze páginas de meu novo romance até que aquela garotinha tivesse me tirado a atenção.
Não parecia se importar com meus olhos abertos para captar suas brincadeiras juvenis. Apenas segurava as bordas do vestidinho aveludado e rodopiava, sorrindo quando as folhas formavam um redemoinho ao seu redor. Eu não segurei um sorriso, que brotou apenas de ver o mesmo que um dia eu mesma fiz. Quando sua mãe a chamou, ela me olhou profundamente e me deixou o último sorriso, que guardo na memória como um presente inexplicavelmente belo.
Depois daquela pequena penso em quantas coisas são substituíveis em nossa vida. Não digo por mal, muitas vezes o subtituir não é consciente. Apenas esquecemos as coisas boas da vida pois temos obrigações. O tempo passa e as responsabilidades aumentam. O cotidiano nos atropela. E aquela criança que segura na barra do vestido e rodopia, hoje faz contas. Ei....você! Diga-me uma coisa, onde está sua criança? Atráz da mesa do escritório? Ou será que está em casa, estudando cinco horas por dia?
Não te condeno. Eu mesma tenho tanto a fazer. Mas deixe-me lhe dizer o que aprendi com aquele sorriso pueril: A vida é bela demais para sufocar a criança interior. E digo mais! Se você me perguntar o que faço nas minhas horas de criança, eu respondo com prazer: Faço poesia e toco um sol maior.
Eu estivera sentada no banco daquela praça no meio do nada por meia hora. Até ali não havia nada de mais. As folhas secas resbalavam em minha calça e o frio me fazia estremecer. Li quinze páginas de meu novo romance até que aquela garotinha tivesse me tirado a atenção.
Não parecia se importar com meus olhos abertos para captar suas brincadeiras juvenis. Apenas segurava as bordas do vestidinho aveludado e rodopiava, sorrindo quando as folhas formavam um redemoinho ao seu redor. Eu não segurei um sorriso, que brotou apenas de ver o mesmo que um dia eu mesma fiz. Quando sua mãe a chamou, ela me olhou profundamente e me deixou o último sorriso, que guardo na memória como um presente inexplicavelmente belo.
Depois daquela pequena penso em quantas coisas são substituíveis em nossa vida. Não digo por mal, muitas vezes o subtituir não é consciente. Apenas esquecemos as coisas boas da vida pois temos obrigações. O tempo passa e as responsabilidades aumentam. O cotidiano nos atropela. E aquela criança que segura na barra do vestido e rodopia, hoje faz contas. Ei....você! Diga-me uma coisa, onde está sua criança? Atráz da mesa do escritório? Ou será que está em casa, estudando cinco horas por dia?
Não te condeno. Eu mesma tenho tanto a fazer. Mas deixe-me lhe dizer o que aprendi com aquele sorriso pueril: A vida é bela demais para sufocar a criança interior. E digo mais! Se você me perguntar o que faço nas minhas horas de criança, eu respondo com prazer: Faço poesia e toco um sol maior.
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